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A importância da base: Como o trabalho a longo prazo contribui para o crescimento do esporte

Maria Paula Heitmann - nadadora
Nadadora olímpica Maria Paula Heitmann – foto: arquivo pessoal da atleta

“Preciso de patrocínio para meu filho que tem 08 anos de idade”, “meu filho é o novo Phelps e ganha tudo na categoria dele”, “meu filho será campeão olímpico em 2032”…

Diariamente recebemos uma série de mensagens assim, de pais buscando nossa assessoria para seus filhos, e sempre tentamos explicar que nos preocupamos muito em evitar a especialização esportiva precoce das crianças, tentando sempre fazer com que os pais entendam que não devem pressionar seus filhos enquanto são atletas de categorias de base.

O esporte é um fator muito importante na educação infantil.

Podemos citar diversos motivos para justificar essa importância, como o desenvolvimento físico, mental e emocional, a saúde mental, o desenvolvimento acadêmico e a prevenção de doenças.

Além disso, o esporte combate a obesidade infantil e é uma das mais poderosas e acessíveis ferramentas de inclusão social e socialização que temos em mãos.

Através dele, as crianças fortalecem laços afetivos, aprendem a perder e também a como agir quando vencer, aprendem que existem regras a serem respeitadas e que se você tem um objetivo, precisa se dedicar a ele.

Nadador olímpico Guilherme Basseto
Nadador olímpico Guilherme Basseto – foto: arquivo pessoal do atleta

Forçar a criança a se especializar em um determinado esporte mais cedo do que a idade apropriada para obtenção de resultados para a modalidade pode fazer com que a criança perca o interesse pelo esporte e desista de praticá-lo.

É importante que os pais saibam que o treinamento deve ser adaptado ao desenvolvimento fisiológico, físico, psicológico e social da criança e que as práticas esportivas, sejam elas de aprendizagem, de iniciação, de aperfeiçoamento, de treinamento e de competição sejam fundamentadas, orientadas e dirigidas corretamente.

O ideal é fazer com que as crianças gostem de praticar a modalidade para a qual tenham as habilidades necessárias e não aquelas desejadas pelos pais, e passem por todas as fases e processos de forma gradativa, evoluindo dentro do que suas capacidades fisiológicas, físicas, psicológicas e sociais permitam.

Os principais “responsáveis” por crianças abandonarem a prática esportiva são: expectativas dos pais e dos técnicos; exigências e responsabilidades da modalidade; estresse do ambiente competitivo; lesões. Além disso, treinos monótonos e agressivos, excesso de competições e cobrança por resultados; ausência do convívio com familiares e amigos; e interesse por outras modalidades que estão na moda no momento.

  • 1. É importante conquistar títulos e quebrar recordes na base sim, só que isso de nada adiantará se nunca conquistarem bons resultados nos Campeonatos Brasileiros Absolutos e, consequentemente, não integrarem as Seleções Brasileiras Absolutas.
  • 2. A importância de se ter uma boa comunicação com a família, comissão técnica e amigos.
  • 3. A importância de ser um atleta disciplinado, comprometido, profissional, dedicado, responsável e educado, afinal não se trata apenas de resultados, mas também de ser um exemplo para outras pessoas.
  • 4. Nunca devem dar tentar fazer o que não foram preparados para fazer só porque acharam que dariam certo ou porque uma terceira pessoa disse que podia dar certo.

E recentemente tivemos nosso primeiro atleta “subindo” do Future Team para o Elite Team, comprovando o sucesso de nosso projeto: após conquistar a medalha de bronze nos 50 livre no Troféu Brasil/Seletiva Olímpica, o Gustavo Santos, mais conhecido como Brinquedo, que é atleta do SESI-SP.

Nadador olímpico Guilherme Caribé
Nadador olímpico Guilherme Caribé – foto: arquivo pessoal do atleta

O caso do Guilherme Caribé é a mais recente prova de como a família pode auxiliar para o sucesso de um atleta e é uma história que gostamos de contar em cursos, palestras e até mesmo em conversas casuais.

A história é um pouco longa, só que dois fatos importantes mostram como os pais souberam orientar a trajetória dele.

  • 1. Caribé chegou a parar de nadar na adolescência e voltou a nadar porque sentiu falta do esporte.
  • 2. Sua família resistiu a vários convites de grandes clubes da natação brasileira e o manteve em Salvador – Bahia, permitindo sua saída apenas quando a oportunidade de estudar e treinar em uma excelente universidade dos Estados Unidos apareceu.

Hoje ele é um dos principais nomes da natação brasileira e ainda tem muito o que conquistar.

Sonhar e desejar que o filho seja um campeão no futuro é permitido, desde que se atente ao que é preciso para que a vivência do esporte possa contribuir com o desenvolvimento geral da criança e com a manutenção dela no esporte de forma sadia.

Se o esporte não for divertido, a “carreira” esportiva da criança com certeza será curta.

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Foto: Unisanta Esportes

André Pereira

RSP Elite team

Clube atual: Universidade Santa Cecília – Santos/SP

Títulos e conquistas:

  • Atleta Olímpico – Jogos Olímpicos de 2016 – Rio de Janeiro/Brasil

Mídias Sociais:

: @andrelinharespereira