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A NATAÇÃO BRASILEIRA PRECISA SAIR DA UTI! CAPÍTULO 4: O SISTEMA CLUBÍSTICO NÃO É RUIM

Quem já não ouviu a frase “O esporte nacional tem que ter sua base desenvolvida nas escolas para dar certo!”?

O pensamento está correto, já que remete ao que algumas grandes potências do esporte mundial aplicam.

Só que isso é possível no Brasil? Temos estrutura e cultura para fazer isso? Quanto tempo levaríamos para implantar isso em nosso país?

O debate não pode ser feito baseado apenas na emoção e na ideia de que é só apertar um interruptor para mudar todo um sistema existente há décadas.

É preciso conhecer real situação da estrutura esportiva nacional antes de fazer uma análise sobre o assunto e sair dizendo que a solução é simples, fácil de ser aplicada e, principalmente, de baixo investimento.

Colocar a culpa nos clubes que seguem investindo no esporte, seja esse investimento em estrutura, profissionais e ou em, atletas é o maior erro que podemos cometer.

O sistema atual, exige que você seja atleta de alguma entidade esportiva para participar de campeonatos e, principalmente, as disputas de campeonatos são voltadas para dispustas entre os clubes.

Todos os campeonatos possuem como prioridades a pontuação final para os clubes e é isso que faz com que os investimentos no esporte sejam mantidos por esses clubes, fazendo com que os clubes são extremamente necessários para a manutenção e desenvolvimento do esporte nacional.

Agora, se tirarmos da jogada os clubes do país, como alguns poucos querem, quem garantirá os altos investimentos que são realizados anualmente nos profissionais, atleta, taxas federativas e nas despesas de participação nos eventos que esses clubes fazem?

“Ah! Mas o ideal é que o esporte seja praticado nas escolas e nas universidades, não em clubes que limitam a quantidade de vagas!”.

Ok! É o ideal sim! Só que vivemos em um país que diversas escolas não possuem sequer uma quadra simples para aulas de educação física! Como faremos com que essas escolas possam oferecer aulas de natação?

Como é que vamos imitar o sistema americano, por exemplo, de uma hora para outra?

“Aqui na minha região os clubes estão falidos ou não querem ter esportes competitivos por causa do custo e são os pais que custeiam tudo!”

Então os clubes que possuem boas administrações e conseguem ter recursos próprios, ser filiados a CBC, ter patrocinadores e utilizar Leis de Incentivo ao Esporte estão errados e clubes, federações, secretarias de esporte e a CBDA que sofrem com má gestão esportiva ou que não cumprem com suas finalidades estatutárias são vítimas desses clubes?

O problema do esporte brasileiro não é apenas o sistema clubístico.

O problema do esporte nacional está na gestão amadora de muitas confederações, federações, clubes e órgãos públicos, como também nas pessoas que passam a mão na cabeça de quem não faz o que prometeu que faria em época de eleição ou que ficam tentando sabotar movimentos que desmascaram problemas existentes no esporte.

O sistema clubístico é um dos menores problemas na estrutura do esporte nacional.

Não temos que considerar os clubes perfeitos só porque acreditamos que os clubes são essenciais para o esporte brasileiro.

Não concordamos com muitas coisas que são praticadas pelos clubes, principalmente em relação ao que é feito com os atletas por algumas entidades esportivas.

Nos últimos anos tentamos fazer com que exista mais profissionalismo na relação entre clubes e atletas e estamos longe de conseguir começar a mudar esse cenário. Ainda existe muita resistência a fazer o que é correto e justo.

Só que esse é um assunto para ser abordado de forma mais detalhada em outro capítulo. A relação clube x atletas não costuma ser profissional, respeitosa e saudável em alguns ambientes.

Erra quem diz que a estrutura do esporte nacional não permite que os clubes tenham concorrência e a natação é um bom exemplo disso.

Natação Americana, SESI e Unisanta são exemplos de que é possível ter a prática da natação fora dos clubes com resultados expressivos.

São três entidades diferentes, com modelos diferentes de administração e que conseguem furar a bolha dos grandes clubes.

Além disso, associações privadas sem fins lucrativos podem pleitear recursos públicos, sejam recursos de projetos de incentivos fiscais ou de convênios públicos, como também podem filiar-se a CBC, ou seja, existem diversas formas de buscar recursos para qualquer tipo de equipe.

É possível ter mais entidades atuando além dos clubes, só que as pessoas desconhecem esse fato, querem apenas ficar esperneando nas redes sociais soluções nada plausíveis para a natação brasileira e ou não querem meter a mão na massa com a alegação de que tudo dá trabalho e que os resultados demoram para aparecer.

Quando o brasileiro parar com o imediatismo e com a terceirização da culpa, que sabe vemos mais entidades surgindo na natação brasileira.

Se queremos ter uma natação mais desenvolvida, precisamos resolver os principais problemas da modalidade sem perder tempo com discussões utópicas.

Percebemos um terrível abismo entre o que a maioria das pessoas que vivenciam a modalidade enxergam e o que algumas pessoas que apenas gostam da natação e, por algum motivo, desconhecem a real estrutura atual da modalidade enxergam.

Longe de achar que somos os donos da verdade, porém ter o apoio de ex-atletas, atletas, familiares de atletas, treinadores e dirigentes apoiando nosso movimento e nossos textos mostra que estamos no caminho correto.

Diante disso, pedimos novamente que curta, comente, compartilhe e salve nossos textos. Sua opinião ajuda na disseminação desse movimento, que só quer ajudar a natação brasileira, e é essencial.

Obs: Esse texto reflete uma opinião pessoal da direção da RSP Sports e não foi compartilhada com nossos assessorados, parceiros e clientes antes de sua publicação.

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Foto: Unisanta Esportes

André Pereira

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  • Atleta Olímpico – Jogos Olímpicos de 2016 – Rio de Janeiro/Brasil

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